O poder corrompe. Ao menos é nisso que a sabedoria popular acredita. Mas será, isso, verdade? Primeiro, quem diz que o poder corrompe são as pessoas que o possuem verdadeiramente ou é apenas a opinião de outrem? A visão que eu tenho do poder mudou ao longo do tempo, motivado por acontecimentos recentes. As pessoas mudam após possuir poder, isso é inegável. Mas dizer que elas são corrompidas por ele é uma inverdade perigosa. Não é possível que, estando numa posição de liderança, de poder influenciar a vida de outros, você permaneça o mesmo. Um príncipe pode se dar ao luxo de fumar maconha, já um rei não.
A partir do momento que você está no topo, passa a ser espelho para os que estão abaixo de você, não podendo agir com a mesma liberdade e irresponsábilidade de antes. Lendo um livro do Christian Jacq, há uma parte que diz que o faraó não é o dono do poder, mas o servo dele. Essa premissa permanece valendo, independente da era que nos situemos. Em outro livro, dessa vez do Maquiavel, há uma longa explanação da forma de agir de um príncipe. Uma tradução livre que faço é de que, sometimes, é preciso fazer a coisa errada para se alcançar o objetivo certo. Em outras palavras, para alcançar o bem, é preciso fazer o mal. Catarina de Médicis ordenou o massacre de protestantes na França e, com isso, manteve a França unida (numa versão mais resumida de todo o conflito católicos-protestantes). Neste ponto, poderiam me perguntar se "os fins justificam os meios". Concordo, fazendo algumas ressalvas. Os fins só justificam os meios quando eles acabam revertidos em prol do povo governado, e não apenas para a realização de algum sonho megalomaníaco. Vale lembrar que junto ao poder vem a responsabilidade. Não necessariamente de sempre fazer bom uso dele, mas de ser, sempre, um instrumento para o benefício de quem é governado.
Em uma parte da história de uma amiga ela diz que a individualidade é inteligente, mas que a coletividade não. Levando isso em consideração, e lembrando que o exercício do poder é sempre uma função solitária, não poderíamos dizer que na verdade a pessoa não é corrompida, ela se adapta a função exercida, fazendo a melhor escolha possível frente a situação que ela se encontra? porque, sendo a "única" pessoa inteligente, cabe a ela o desafio de julgar com sapiência o rumo a ser tomado, a escolha a ser feita. Isso acaba, invariavelmente, entrando em conflito com os valores anteriormente defendidos por esta pessoa. Mas não seria isso apenas mais uma das características de um cargo deste porte?
Como foi dito anteriormente, não é a pessoa que foi corrompida pelo poder, mas aquelas que a cercam que esperam que o governante aja da mesma forma de quando era um reles plebeu, coisa que, por si só, é impossível. Então eu pergunto: O poder corrompe?
Post de renascimento do Blog. Precisei dessas longas férias pra tentar arrumar a bagunça que é minha vida. Não que eu tenha tido sucesso, mas ao menos eu tentei. Até a próxima.
P.S.: título tirado de uma música dos anos 80. Não há uma referência direta ao post, mas sempre que eu ouço a palavra "poder" eu começo a cantar essa música.
A partir do momento que você está no topo, passa a ser espelho para os que estão abaixo de você, não podendo agir com a mesma liberdade e irresponsábilidade de antes. Lendo um livro do Christian Jacq, há uma parte que diz que o faraó não é o dono do poder, mas o servo dele. Essa premissa permanece valendo, independente da era que nos situemos. Em outro livro, dessa vez do Maquiavel, há uma longa explanação da forma de agir de um príncipe. Uma tradução livre que faço é de que, sometimes, é preciso fazer a coisa errada para se alcançar o objetivo certo. Em outras palavras, para alcançar o bem, é preciso fazer o mal. Catarina de Médicis ordenou o massacre de protestantes na França e, com isso, manteve a França unida (numa versão mais resumida de todo o conflito católicos-protestantes). Neste ponto, poderiam me perguntar se "os fins justificam os meios". Concordo, fazendo algumas ressalvas. Os fins só justificam os meios quando eles acabam revertidos em prol do povo governado, e não apenas para a realização de algum sonho megalomaníaco. Vale lembrar que junto ao poder vem a responsabilidade. Não necessariamente de sempre fazer bom uso dele, mas de ser, sempre, um instrumento para o benefício de quem é governado.
Em uma parte da história de uma amiga ela diz que a individualidade é inteligente, mas que a coletividade não. Levando isso em consideração, e lembrando que o exercício do poder é sempre uma função solitária, não poderíamos dizer que na verdade a pessoa não é corrompida, ela se adapta a função exercida, fazendo a melhor escolha possível frente a situação que ela se encontra? porque, sendo a "única" pessoa inteligente, cabe a ela o desafio de julgar com sapiência o rumo a ser tomado, a escolha a ser feita. Isso acaba, invariavelmente, entrando em conflito com os valores anteriormente defendidos por esta pessoa. Mas não seria isso apenas mais uma das características de um cargo deste porte?
Como foi dito anteriormente, não é a pessoa que foi corrompida pelo poder, mas aquelas que a cercam que esperam que o governante aja da mesma forma de quando era um reles plebeu, coisa que, por si só, é impossível. Então eu pergunto: O poder corrompe?
Post de renascimento do Blog. Precisei dessas longas férias pra tentar arrumar a bagunça que é minha vida. Não que eu tenha tido sucesso, mas ao menos eu tentei. Até a próxima.
P.S.: título tirado de uma música dos anos 80. Não há uma referência direta ao post, mas sempre que eu ouço a palavra "poder" eu começo a cantar essa música.
2 Comments:
O que é "poder"?
(...)
Antes de tudo, não podemos esquecer que todo e qualquer mito/ditado popular se baseia em algo que foi observado e - de certa forma - comprovado.
Eu não diria que o poder 'corrompe,' ele simplesmente tira toda e qualquer proteção ou barreira utilizada por uma pessoa; fazendo assim que todas as suas decisões e ações sejam escrutinizadas ao máximo tanto por amigos/beneficiários quanto por inimigos/não-beneficiários.
A verdade é que algo trivial para um cidadão comum como beber até passar mal é visto como a pior das ofensas numa pessoa com poder. A partir do momento que isso acontece, a figura em questão deixa de ser Madre Tereza ou Gandhi e vira Hitler (ou Maria I, se preferir referencia feminina).
Outro fato é que - sem as barreiras tão meticulosamente colocadas em volta dos plebeus (e eu digo plebeu com respeito) - as cores verdadeiras do líder escapam diretamente para os braços da mídia. Não há nada mais popular que um bom escândalo.
Em conclusão, 'poder' não 'corrompe' ninguém, apenas acentua a personalidade e moral do líder, enquanto o mesmo é julgado por milhares de humanos egocêntricos e prontos para apontar o dedo e jogar a culpa de suas próprias falhas em alguém. Isso não quer dizer, however, que quem está no poder é sempre certo.
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